quinta-feira, 30 de abril de 2009

Cai o fim de mais um dia...


(...)
Cai leve, fim do dia certo, em que os que crêem e erram se engrenam no trabalho do costume,
e têm, na sua própria dor, a felicidade da inconsciência.
Cai leve, onda de luz que cessa, melancolia da tarde inútil,
bruma sem névoa que entra no meu coração.
Cai leve, suave, indefinida palidez
Lúcida e azul da tarde aquática - leve, suave, triste sobre a terra simples e fria.
Cai leve, cinza invisível, monotonia magoada, tédio sem torpor.
Bernardo Soares

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