sábado, 4 de abril de 2009

Guardamos lembranças no tempo


Estou amando essas flores,
sem lhes saber o nome
isso não é justo, nem suficiente.
Sei-lhes o perfume,
vejo pequenas abelhas que as circundam
e delas se alimentam
sem lhes indagar sequer o nome.
Inominadas,
como apreendê-las no poema?
Delas guardarei no tempo
certa cor, certo aroma, certa forma,
como certas pessoas que por mim passaram
- inalcançáveis -
embora deixassem nos meus olhos
o mesmo inominado aroma.
(Affonso Romano de Sant'Anna)

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