quinta-feira, 17 de julho de 2008

A canção do vento

O vento morria de tédio
porque apenas gostava de cantar
mas não tinha letra alguma para a sua própria voz,
cada vez mais vazia…
tentei então compor-lhe uma canção tão comprida
como a minha vida
e com aventuras espantosas
que eu inventava de súbito,
como aquela em que menino
eu fui roubado pelos ciganos
e fiquei vagando sem pátria,
sem família,
sem nada neste vasto mundo…
mas o vento,
por isso me julga agora como ele…
e me dedica um amor solidário, profundo!
(Mário Quintana)

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