segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ciladas


cilada

comungo com as pequenas coisas

com o que mergulha no sumidouro

das horas mortas

com flores miúdas que harmonizam

o jardim e

com abelhas que somem

no impulsivo vôo da memória

estabeleço um tempo para a fruição do

que mensuro no pulsar das coisas

tortas e nos espaçamentos da alma

depois teço a esperança de surgir no eito

do cansaço

como se os limbos da calma que degola

meus gestos pusessem em minhas mãos o

lodo cinzento do que não sou

a lua permanece intacta entre as

nuvens a devorar o uivo e um lobo

sedento de paisagens inanimadas

num sussurro ao silêncio

suprimo o hálito das estrelas e a escuridão

contempla meu olho nu



(Lau Siqueira ls – da série poemas vermelhos



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